8 de março é o Dia Internacional da Mulher. E um grupo de jovens mulheres de Bodocó, na região do Araripe de Pernambuco, usa as artes não apenas para defender as bandeiras delas, mas para trazer à tona as injustiças sociais. A CIA M.E.D.U.S.A (Mulheres Empoderadas Donas de um Universo Sensualmente Audacioso) surgiu em 2018 e atualmente conta com 11 integrantes.
O grupo se classifica como um coletivo feminista, que usa as artes para tratar de temáticas constantemente presentes no dia a dia das mulheres: violência, machismo, busca por igualdade e respeito. “A Cia surgiu dentro do Grupo Artimanha, que é o núcleo de estudos teatrais do Sesc de Bodocó, todas a integrantes da Cia M.E.D.U.S.A, foram ou ainda são integrantes do Artimanha“, explica o coletivo.
Como o próprio nome da Cia indica, a temática feminina é presente nos trabalhos do grupo, adotada como linha de trabalho para “enfrentar o machismo, somos todas mulheres e temos a necessidade de falar sobre nosso lugar, as lutas e caminhos que percorremos na sociedade patriarcal hétero normativa e misógina”.
Do teatro para a literatura
Neste 8 de março, elas vivem um momento especial. E não por ser o Dia da Mulher. Mas a data de hoje marca uma nova era para a Cia M.E.D.U.S.A, que chega à literatura. Está previsto para esta terça-feira o início da pré-venda de “Úteros Pulsantes“, primeiro livro do coletivo bodocoense.

Autoras de “Úteros Pulsantes”
“Vimos a chamada aberta da Editora Voz de Mulher e decidimos juntar material já produzido, que inclusive faz parte de alguns de nossos espetáculos, e criarmos outros textos. Úteros Pulsantes é a arte da dramaturgia para a literatura“, Malu Siqueira, uma das integrantes da Cia.
O livro de poemas é escrito por Amanda Rodrigues, Luana Costa, Malu Siqueira e Raquel Oliveira. A pré-venda está disponível nas redes sociais da editora (clique aqui).
8 de março e a luta delas
Para concluir este ciclo especial, o que as atrizes e agora escritoras desejam para este 8 de março? “Que possamos ter mais visibilidade, que possam compreender o real significado desta data que marca tantas lutas”, enfatiza Raquel Oliveira.
Amanda espera mais sororidade. “Que passamos ser compreendidas, respeitadas, e menos violentadas. Que cada mana seja apoio uma da outra, que sejamos resistência”, pontua. E para Luana, o melhor presente para o 8 de março e todos os outros dias é o respeito. “Espero que os nossos espaços e lugares de fala sejam cada dia mais respeitados e que a sociedade compreenda nossas lutas”, finaliza.
Confira as redes sociais da Cia M.E.D.U.S.A: