Editorial: “Pobreza persistente: Promessas vazias e a realidade amarga no Dia Internacional da Erradicação da Pobreza”

No Dia Internacional da Erradicação da Pobreza, somos convidados a refletir sobre um dos maiores desafios globais: a persistência da miséria e da fome em um mundo com recursos abundantes. Embora avanços tenham sido feitos, ainda há muito a ser realizado para alcançar a verdadeira justiça social e digna.

A pobreza, que afeta cerca de 10% da população mundial, segundo o Banco Mundial, é um complexo específico que não se resume à falta de renda, mas também à ausência de oportunidades e de acesso a serviços essenciais como saúde, educação e saneamento básico. Esse quadro evidencia a necessidade urgente de políticas públicas mais eficazes e inclusivas, que realmente abrangem as questões públicas.

A erradicação da pobreza não requer apenas vontade política, mas também a implementação de estratégias rigorosas. Programas emergenciais são importantes, mas não podem ser a única solução. É necessário investir em educação de qualidade, garantir empregos dignos, oferecer acesso à saúde e segurança.

Além disso, é fundamental garantir moradia adequada e infraestrutura básica, como saneamento e transporte, para que as pessoas tenham condições de viver com dignidade. A erradicação da pobreza deve ir além de ações imediatas, exigindo uma abordagem integrada que enfrente as causas estruturais da desigualdade.

Para que essas políticas públicas sejam eficazes, é necessário um compromisso de longo prazo, com investimentos consistentes em setores que gerem oportunidades para as populações mais vulneráveis. Educação de qualidade, por exemplo, é uma ferramenta poderosa para quebrar o ciclo da pobreza, permitindo que os indivíduos conquistem melhores condições de vida por meio de capacitação e inclusão no mercado.

Garantir empregos dignos e acessíveis, por sua vez, é um ponto crucial. As políticas de geração de emprego devem ser adequadas para abranger diferentes setores da sociedade, promovendo a inclusão de trabalhadores informais e criando oportunidades sustentáveis, especialmente em regiões mais afetadas pela pobreza.

Ao mesmo tempo, é essencial que essas políticas contemple a qualificação profissional e a inovação tecnológica, proporcionando uma força de trabalho para os desafios do mercado atual. O incentivo ao empreendedorismo, aliado à capacitação, permite que indivíduos nessas comunidades criem suas próprias oportunidades, gerando empregos não apenas para si mesmos, mas também para outros, promovendo um ciclo de desenvolvimento local sustentável. Micro e pequenas empresas, quando complementadas por políticas públicas específicas, podem transformar realidades em cuidados, criando redes de produção e consumo que beneficiam a economia.

E não podemos ignorar a importância de medidas que reduzam a desigualdade. A pobreza muitas vezes está vinculada a um sistema de distribuição de renda e oportunidades desigual, onde uma minoria concentra grande parte dos recursos. Políticas fiscais justas, que garantem uma redistribuição adequada da riqueza, são essenciais para reduzir as disparidades económicas e sociais que perpetuam a pobreza. Um sistema tributário mais progressivo, onde aqueles com maior capacidade financeira contribuem de forma proporcionalmente maior, podem financiar programas sociais, investimentos em educação, saúde, e infraestrutura que beneficiem as camadas menos favorecidas da sociedade.

Por fim, a erradicação da pobreza requer uma articulação global, com a cooperação entre países e instituições internacionais. A pobreza e a fome são desafios que transcendem fronteiras, e só serão resolvidos de forma eficaz por meio de compromissos globais, com o desenvolvimento de políticas públicas sustentáveis ​​​​e inclusivas que devem ser desenvolvidas com foco em garantir que o crescimento econômico seja compartilhado por todos, sem deixar ninguém para trás.

A erradicação da pobreza e da fome exige uma união de esforços, onde o desenvolvimento social e econômico esteja no centro das prioridades globais, promovendo igualdade de oportunidades e garantindo que todos tenham acesso aos recursos necessários para uma vida digna.

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