Na tarde desta quarta-feira (31), os policiais civis de Pernambuco promoveram uma nova passeata pelas ruas centrais do Recife, em busca de melhores condições de trabalho e salários mais justos. Este é o quarto ato realizado pela categoria em duas semanas, conforme o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE).
Durante a manifestação, o trânsito na região foi afetado, e o entorno do Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo do Estado, foi fechado. O presidente do Sinpol-PE, Áureo Cisneiros, enfatizou que os policiais continuarão suas mobilizações até que suas reivindicações sejam atendidas.
Cisneiros destacou a grave situação da segurança pública em Pernambuco, comparando o número de homicídios do ano passado com o do Rio de Janeiro, conhecido por seus altos índices de violência. “Não podemos tolerar mais a falta de estrutura na polícia, com mais de 10 mil inquéritos pendentes de investigação. É inaceitável,” afirmou.
Ele também criticou a falta de progresso em relação às promessas de campanha da governadora, que, segundo o Sinpol-PE, havia prometido mais de R$ 1 bilhão para a segurança pública. “Até agora, não recebemos um centavo para a polícia civil,” ressaltou.
A Secretaria de Administração do Estado de Pernambuco (SAD-PE) foi contatada e reiterou sua posição em relação às negociações. Em uma nota enviada ao Diário de Pernambuco, a SAD-PE detalhou as propostas de reajuste salarial, com uma média de 20% para o quadriênio 2023/2026, e ressaltou o andamento do concurso público para a Polícia Civil, que preencherá 445 vagas, com possibilidade de convocação de até 890 novos profissionais.
O governo também destacou investimentos no plano estadual “Juntos Pela Segurança,” que inclui a compra de viaturas e equipamentos para as forças de segurança. Segundo a nota, foram entregues mais de 1.700 viaturas e motocicletas, além de coletes balísticos e pistolas.
A passeata seguiu pela avenida Cruz Cabugá em direção ao Palácio do Campo das Princesas, onde os policiais pretendem apresentar uma pauta com suas reivindicações a uma comissão do governo.
