Multidão invade carro da polícia e lincha acusado de assassinar criança de 2 anos em Tabira; homem morre no hospital

O assassinato de Arthur Ramos Nascimento, de apenas 2 anos, chocou os moradores de Tabira, no Sertão de Pernambuco. O crime, registrado no último domingo (16), levou à prisão do casal responsável pelos cuidados da criança, Giselda da Silva Andrade e Antônio Lopes, na noite desta terça-feira (18).

O casal foi detido em uma ação conjunta das polícias Civil e Militar na zona rural de Carnaíba, cidade vizinha a Tabira. No entanto, ao chegarem à delegacia, um grupo de populares tomou Antônio Lopes da equipe policial e iniciou um linchamento. O homem foi levado ao hospital, onde não resistiu aos ferimentos.

A Polícia Civil registrou o caso como homicídio por violência doméstica ou familiar e abriu um inquérito para identificar os responsáveis pela morte da criança. Arthur foi levado a uma unidade hospitalar de Tabira com diversas lesões pelo corpo, mas já chegou sem vida.

A delegada Joedna Soares, responsável pelo caso, afirmou que a mãe do menino não tem envolvimento no crime e que estava em outro estado no momento. A polícia não forneceu informações sobre o pai da vítima, nem explicou por que o casal estava cuidando da criança.

Imagens divulgadas nas redes sociais mostram uma multidão se mobilizando contra os suspeitos no momento da chegada à delegacia. Antônio Lopes foi retirado da escolta policial e espancado por um grupo de pessoas antes de ser socorrido. Já Giselda da Silva Andrade foi levada à delegacia e permanece sob custódia.

A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar a participação de populares no linchamento, bem como a conduta dos policiais que escoltavam os suspeitos. “As diligências seguem para a total elucidação do crime contra o menor de idade”, declarou a corporação em nota.

O caso reacende o debate sobre a violência e a justiça com as próprias mãos, um fenômeno que cresce em diversas regiões do Brasil. Especialistas alertam para os riscos dessa prática, que pode resultar em novos crimes e dificultar a responsabilização legal dos envolvidos.

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