Na terça-feira (10), a Controladoria-Geral da União (CGU), em parceria com a Polícia Federal (PF), participa da Operação Mãos Fechadas, que visa desarticular um grupo suspeito de praticar crimes licitatórios e desviar recursos públicos em uma prefeitura do sertão pernambucano.

As investigações, iniciadas após o recebimento de uma denúncia, revelaram indícios de que contratações realizadas pela prefeitura investigada eram direcionadas a fornecedores ligados a um grupo familiar, seja diretamente ou através de intermediários.

As apurações, que cobrem o período de 2017 a 2024, também apontaram fraudes na execução dos contratos, incluindo indícios de superfaturamento e sobrepreço. Movimentações financeiras suspeitas, com características de lavagem de dinheiro, também foram identificadas.

Conforme levantamentos da CGU, as empresas investigadas receberam aproximadamente R$ 12 milhões em pagamentos financiados com recursos federais entre 2017 e 2023. Dado o período mais amplo das irregularidades, acredita-se que o montante desviado possa ser ainda maior.

Os desvios de recursos afetam diretamente a implementação de políticas públicas essenciais, como assistência social, educação e saúde, no município que, segundo o censo de 2022, possui uma população de 29.009 habitantes. O dinheiro desviado poderia ter sido utilizado para melhorar o atendimento à população.

A Operação Mãos Fechadas cumpre 12 mandados de busca e apreensão nos municípios de Ipubi e Bodocó, no sertão de Pernambuco. Outras medidas incluem a quebra de sigilos bancário e fiscal, o afastamento parcial de envolvidos de funções públicas e o impedimento de contratações com a prefeitura investigada. Participam da operação três auditores da CGU e 50 policiais federais.