Professores da UFPE rejeitam proposta do governo federal e greve está mantida

Os professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) decidiram em assembleia-geral nesta sexta-feira (24) rejeitar a proposta apresentada pelo Governo Federal e manter a greve, iniciada em 22 de abril. A votação contou com 965 votos contra a proposta, 546 a favor e 37 abstenções.

A Assembleia Geral Extraordinária foi realizada simultaneamente nos campi do Recife, no auditório do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), e de Caruaru, no Núcleo de Ciências da Vida do Centro Acadêmico do Agreste (CAA). Professores do Centro Acadêmico de Vitória (CAV) também participaram, e houve participação e votação on-line dos docentes.

A presidenta da Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe), professora Teresa Lopes, avaliou positivamente o formato híbrido e multicampi da assembleia, destacando que isso favoreceu a democracia e a ampla participação dos docentes. “Agora, vamos fortalecer o movimento porque o governo precisa entender que a educação pública superior é essencial para um projeto de país inclusivo e democrático”, afirmou Teresa Lopes.

Na próxima terça-feira (28), os professores se reunirão novamente para discutir uma resposta à contraproposta rejeitada.

Na quinta-feira (23), os professores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) também votaram pela continuidade da greve. As reuniões ocorreram no auditório do Cegoe e na Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST), com 114 votos favoráveis à greve, três contrários e nenhuma abstenção.

O movimento grevista é impulsionado pela necessidade de recomposição do orçamento das universidades. A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) estima que são necessários R$ 2,5 bilhões para recompor o orçamento este ano, enquanto o Governo Federal oferece apenas R$ 347 milhões. Diante disso, o movimento sugere a criação de um grupo de trabalho permanente para discutir o orçamento.

Além da questão orçamentária, a categoria rejeita a proposta do governo, que não prevê reajuste salarial para este ano. Os servidores reivindicam um aumento linear para 2024, incluindo os aposentados. A proposta do movimento é de uma reposição linear de 3% até julho de 2024, 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026.

Os grevistas também exigem a revogação das Reformas Trabalhista e Previdenciária, além da extinção da PEC 32, que está no Congresso e, segundo eles, desestrutura os serviços públicos. Outra reivindicação é a correção das distorções entre as carreiras e um estudo para equiparação dos benefícios aos demais poderes até 2026.

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